E essa tal de Comunidade: O que é isso?

Uma das principais maneiras que os ecossistemas de inovação encontram para a criação de rígidos alicerces e realizar a manutenção de sua atuação por longos anos é promover a interação de seus participantes através da criação de comunidades. Nesse artigo, você encontrará uma breve discussão sobre o que são comunidades empreendedoras, sua importância, seus propósitos e seus desafios. Mas afinal, o que é uma comunidade?

De acordo com Lilian Natal, gestora da comunidade do Distrito, uma plataforma de inovação para startups, empresas e investidores que se conecta com agentes como universidades, aceleradoras, associações e governo, existe um conceito básico de que comunidade é: “A reunião de pessoas com o mesmo interesse e um propósito comum. No entanto, gosto de adicionar a este conceito que toda comunidade deve ter um canal para interagir e os membros devem desenvolver um relacionamento entre si”. 

É exatamente a ideia de interação e relacionamento dos participantes de uma comunidade que lhe diferencia de um grupo de pessoas ou de uma multidão qualquer. Além disso, esse princípio serve de base para responder às seguintes perguntas: Por que fazer? Como fazer? E o que fazer em uma comunidade? As perguntas anteriores compõem o que se conhece por Golden Circle, procedimento metodológico desenvolvido pelo especialista em liderança Simon Sinek. A ferramenta propõe sistematizar um meio meio de pensar, agir e comunicar para criar impacto no mundo e definir o seu “porquê”, ou seja, o seu propósito. 

O propósito de existência é o principal elemento de criação de qualquer comunidade. A seguir, você pode encontrar uma lista de alguns dos motivos pelos quais as comunidades são formadas:

  • Produção de um relacionamento mais próximo e humanizado com o seu público;
  • Criação de defensores da sua marca ou produto;
  • Processo de indicação orgânica de sua marca, o que pode aumentar suas vendas;
  • Geração de feedbacks valiosos de clientes engajados;
  • Delimitação de estratégias baseadas nas experiências das pessoas usuárias/integrantes da comunidade;
  • Fortalecimento da confiança entre marca e consumidores;
  • Consolidação de autoridade no mercado e com o público.

Uma vez definido o(s) propósito(s) de criação de uma comunidade, é necessário estabelecer: Como esse projeto tomará corpo? Para isso, é extremamente importante a realização de um planejamento para que a pessoa gestora entenda exatamente cada elemento que irá compor a sua comunidade. Uma das principais ferramentas de auxílio na construção e administração de comunidades é o Community Canvas, um painel que indica um passo a passo para o desenvolvimento da estratégia de criação de comunidades, ou análise e melhoramento de comunidades já existentes.

Essa ferramenta possui as seções de identidade, experiência e estrutura da comunidade, que em seguida são divididas em 17 temas que ajudam a elaborar as perguntas corretas com relação à comunidade. A seguir, você pode explorar cada uma das seções e seus respectivos temas: 

Identidade (quem é a comunidade e em que ela acredita)

É a primeira parte do Community Canvas e foca em questões de crença. Comunidades fortes possuem um senso claro de quem elas são, por que existem e o que defendem. Uma cultura autêntica é um dos elementos mais valiosos de qualquer comunidade, embora sejam menos tangíveis. Os temas discutidos na seção de identidade são: 

  • Propósito: Por que a comunidade existe?
  • Identidade do Membro: Para quem é a comunidade?
  • Valores: O que é importante para a comunidade?
  • Definição de Sucesso: Como a comunidade define sucesso?
  • Marca: Como a comunidade se expressa?

Experiência (O que acontece na comunidade e como isso cria valor para os seus membros?)

A segunda seção do Community Canvas analisa a comunidade da perspectiva dos seus membros. Ela explora o que de fato ocorre em uma comunidade e como essas ações transmitem propósito em atividades que criam valores tangíveis para os seus membros. Comunidades Vibrantes criam momentos de transição entre o mundo externo e interno como parte de uma jornada maior. Os temas discutidos nessa seção são: 

  • Seleção: Como as pessoas se juntam à comunidade?
  • Transição: Como os membros saem da comunidade?
  • Experiências Compartilhadas: Quais experiências os membros compartilham?
  • Rituais: Quais rituais acontecem regularmente?
  • Conteúdo: Quais conteúdos criam valor para seus membros?
  • Acordos: Quais os acordos da comunidade?
  • Papéis: Quais papéis os membros podem ter? 

Estrutura (O que dá sustentabilidade a longo prazo para a comunidade?)

Na última seção do Community Canvas, o foco está voltado para os elementos operacionais da comunidade. Os temas discutidos nessa seção: 

  • Organização: Quem administra a comunidade?
  • Governança: Como decisões são tomadas na comunidade?
  • Financiamento: Qual o plano da comunidade para ser financeiramente sustentável?
  • Canais e Plataformas: Quais canais a comunidade usa para se comunicar e se reunir?
  • Gestão de Informação: Como a comunidade gerencia as informações de seus membros?

Com a comunidade estruturada e em pleno funcionamento, passam a surgir os principais desafios de realizar o seu gerenciamento e manutenção. Para percorrer tais obstáculos da melhor maneira, se faz imprescindível a atuação da figura do gestor de comunidades. Algumas das principais atividades atribuídas a essa função, são: 

  • Construir, manter e engajar a comunidade;
  • Realizar o onboarding e o outboarding de integrantes da comunidade;
  • Estabelecer as regras, os valores e os pilares da comunidade;
  • Gerenciar as crises;
  • Definir e executar o cronograma de eventos e rituais próprios da comunidade;
  • Monitorar as métricas da comunidade;
  • Entre outras atividades.

Como exemplos e algumas das principais comunidades atuantes no Brasil, pode-se citar: 

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